Mostrando postagens com marcador Marlon Brando. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Marlon Brando. Mostrar todas as postagens

sábado, 3 de agosto de 2013

"Espíritos Indômitos" (1950)

(The Men) De: Fred Zinnemann, Com: Teresa Wright, Marlon Brando, Everett Sloane, Jack Webb, Richard Erdman, Arthur Jurado, EUA -Drama - P&B - Republic/United Artists - 1950. 

No inicio da década de 1950 o nome Marlon Brando (1924-2004) ainda era completamente desconhecido para o público de Hollywood. Todavia, na Broadway, onde iniciou sua carreira profissional em 1947 com a magnificente peça de Tennesse Williams (1911-1983); Um Bonde Chamado Desejo, o ator já era estrela graças a sua excelente interpretação do polonês rústico e selvagem Stanley Kowalski. Diante do sucesso, Brando, que almejava iniciar sua carreira cinematográfica através de projetos sérios, ambiciosos e longe das típicas produções studio-system, recusou diversos convites para estrear nas telas até 1950, quando chegou até suas mãos o ótimo roteiro de Espíritos Indômitos, assinado por Carl Foreman (1914-1984). Foreman, que teve sua carreira fortemente abalada quando se tornou vítima da lista negra do Macarthismo, acabara de sair dos sucessos Êxito Fugaz (1950) e O Invencível (1949). A produção, realizada de forma independente e modesta, ficou a cargo de Stanley Kramer (1913-2001), cineasta responsável por grandes obras primas como Cyrano de Bergerac (1950) e Matar ou Morrer (1952). 

Ken Wilcheck, inconformado com seu diagnostico 

Dirigido com maestria por Fred Zinnemann (1907-1997), Espíritos Indômitos retrata as lutas e as dificuldades de reintegração e auto-aceitação de Ken Wilcheck (Brando), um jovem tenente que ficou paraplégico após ser atingido em combate durante a segunda guerra mundial.  Wilcheck, que a principio não se conforma com sua situação, é ríspido e agressivo com todos que o cercam no hospital especial de militares, inclusive sua sensível e apaixonada noiva Ellen (Wright) que mesmo contrariada, insiste no relacionamento de ambos.   O filme, em seus vinte minutos iniciais, se assemelha a um documentário sobre as condições de vida dos ex-combatentes feridos em conflitos bélicos, no entanto, com o desenvolvimento da trama, Zinnemann, sem pieguices e sem exagerar no corriqueiro melodrama, nos presenteia com um ótimo filme, marcado com as excelentes interpretações do estreante Brando e da sempre doce Wright. Os figurantes paralíticos que participaram da produção, em sua grande maioria, eram ex-soldados interpretando a si próprios, como foi o caso de Arthur Jurado (1923-1963), um aeronauta que se tornou paraplégico após cair com seu avião durante a segunda grande guerra. Em Espíritos Indômitos, Jurado rouba a cena como Angel “Tarzan”, assim como o coadjuvante Jack Webb (1920-1982), como o capitão e presidente do V.P.A (Veteranos Paralíticos da America) Norman Butler. Visto hoje, o filme de Kramer, Foreman e Zinnemann continua a passar credibilidade com seu contexto atemporal e sua mensagem positiva de superação; além disso, o mesmo resiste muito bem ao tempo pelo fato de ser o primeiro, daquele que é considerado o melhor ator de todos os tempos. 

✩✩✩


 Wilcheck  preferindo a solidão se torna cada vez mais ríspido
Ignorando e ...
Agredindo os parceiros do hospital.
Wilcheck encontrando conforto nos braços de sua noiva Ellen
Apoiando-se na futura esposa, Wilcheck diz sim
A conturbada lua de mel
Wilcheck e Ellen, amor acima das circunstâncias 
O Tenente Ken "Bud" Wilcheck e sua dedicada esposa Ellen
Teresa Wright em foto publicitária
Marlon Brando, o novo astro de Hollywood!
Cartaz original do filme

domingo, 23 de dezembro de 2012

"Viva Zapata!" (1952)

(Viva Zapata!) De: Elia Kazan, Com: Marlon Brando, Jean Peters, Anthony Quinn, Joseph Wiseman, Arnold Moss, Alan Reed, Margo, Harold Gordon, Lou Gilbert, Mildred Dunnock, Fay Roope, EUA - P&B - Drama - Fox - 1952. 

Emiliano Zapata Salazar nasceu no dia 8 de agosto de 1879 no pequeno vilarejo de San Miguel de Anenecuilco, atual cidade de Ayala no estado mexicano de Morelos. Filho de pequenos camponeses, Zapata teve uma infância difícil e assim como tantas outras crianças, cresceu assistindo as injustiças e o sofrimento de seu povo que vivia sobre a pesada ditadura do então presidente Porfírio Diaz (1830-1915). Quando adulto, Zapata tornou-se um grande defensor de sua gente, envolvendo-se em diversas lutas contra as atrocidades do porfirismo e em favor dos direitos dos camponeses e indígenas que tinham suas terras constantemente usurpadas por ricos fazendeiros. Dessa forma, a fama do militante e herói Zapata não demorou a chegar aos ouvidos do político, latifundiário e fundador do Partido Nacional Antirreeleicionista Francisco Madero (1873-1913), capitalista liberal foragido nos Estados Unidos que tinha por objetivo derrubar Diaz do poder que durava quase trinta e cinco anos. Juntos, Madero, Zapata e o chefe de guarnição Pancho Villa (1879-1923) conseguem destituir o ditador e iniciar em 20 de novembro de 1910 a revolução mexicana, conflito esse considerado o mais importante acontecimento político e social da história contemporânea do México. 

Emiliano Zapata se apresenta ao presidente

E é exatamente esse importante acontecimento da história mexicana que o premiado diretor Elia Kazan utiliza como pano de fundo na audaciosa cinebiografia do caudilho do sul; Viva Zapata! Com o ótimo roteiro (indicado ao Oscar) assinado pelo renomado autor John Steinbeck (1902-1968), que escreveu de maneira fidedigna os últimos dez anos da vida do revolucionário mexicano, Kazan, que no inicio de 1952 ainda curtia o enorme sucesso de Uma Rua Chamada Pecado (1951) levou as telas um filme eletrizante, fantástico e comovente. Com a produção de Darryl F. Zanuck e com as magistrais interpretações de Marlon Brando e Anthony Quinn, Viva Zapata apesar de abordar a vida de um herói estrangeiro alcançou significativo sucesso junto ao público estadunidense. Todavia o mesmo não ocorreu no país do homenageado, já que parte da população, principalmente os fiéis Zapatistas, se negavam aceitar o lendário caudilho interpretado por um “gringo yankee”. Tal fato semelhantemente aconteceu na Argentina 44 anos mais tarde quando a popstar Madonna, com total desprezo dos argentinos, interpretou Eva Perón no filme Evita de Alan Parker. 

Zapata; líder dos camponeses ...

Repleto de ação e com aparência de faroeste, a trama de Viva Zapata se inicia quando Emiliano Zapata (Brando), acompanhado de outros camponeses, viaja até a capital mexicana para reivindicar do presidente Porfírio Diaz (Roope) os direitos sob suas terras. No entanto, diante da passividade do presidente, Zapata, cansado de falácias, ao lado do irmão Eufemio (Quinn) e do companheiro Pablo (Gilbert) decide se armar e fazer justiça com as próprias mãos, dando inicio assim, ao que se tornaria mais tarde a revolução mexicana ao lado dos políticos liberais Francisco Madero (Gordon) e Pancho Villa (Reed). O filme, que traz ainda um pouco da vida íntima de Zapata e seu relacionamento com Josefa Espejo (Peters), possui a excelente trilha sonora que, assim como em Uma Rua Chamada Pecado (1951), ficou a cargo do exímio Alex North, responsável por realizar anos mais tarde as clássicas trilhas de Spartacus (1960) e 2001, Uma Odisséia no Espaço (1968). Anthony Quinn como Eufemio Zapata levou o único Oscar do filme, o de melhor ator coadjuvante, tal prêmio foi mais que merecido, pois sua excelente interpretação em diversos momentos chega a ofuscar a de Marlon Brando, que apesar de ter sido muito bem caracterizado, às vezes não convence como mestiço. Em suma, tanto para os estudiosos de história, quanto para os amantes do cinema, Viva Zapata é mais um dos tantos exemplos de que hoje, não se fazem mais filmes como antigamente. 

✩✩✩✩

 De condenado, fora da lei...
à General
Zapata com seus aliados Eufemio, Pablo e Madero
Emiliano e Josefa, amor conturbado
Marlon Brando e Jean Peters em foto publicitária
Brando como Emiliano Zapata
O Vencedor do Oscar, Anthony Quinn
O Verdadeiro Caudilho do Sul, Emiliano Zapata
Cartaz original do filme

sexta-feira, 9 de março de 2012

"Uma Rua Chamada Pecado" (1951)

(A Streetcar Named Desire) De: Elia Kazan, Com Marlon Brando, Vivien Leigh, Kim Hunter, Karl Malden, EUA – Drama - P&B - Warner Bros. - 1951.

Elia Kazan após receber o Oscar de melhor diretor em 1948 pelo filme A Luz é Para Todos  tornou-se um dos mais conceituados e admirados diretores de Hollywood. Responsável por enormes sucessos, Kazan era sinônimo de lucro garantido em todos os estúdios que passava, como em; Viva Zapata – Fox, Sindicato de Ladrões – Columbia, Vidas Amargas – Warner, etc. Em 1947, enquanto trabalhava em A Luz é Para Todos, Kazan estreava na Broadway uma das peças mais famosas de todos os tempos, “Um Bonde Chamado Desejo” do Dramaturgo americano Tennessee Williams (1911-1983). A Peça que ficou em cartaz até 1949 obteve enorme sucesso de público e critica, além do prêmio Pulitzer que é considerado o Oscar do teatro. Na Inglaterra, onde a peça foi levada aos palcos com outro elenco e sob a direção de Laurence Olivier, o sucesso também foi inevitável. Em 1950 após dirigir Pânico Nas Ruas na Fox, Elia Kazan com a certeza do sucesso decide levar às telas de maneira "quase" fidedigna a trama de Williams. Os direitos sob a peça, que haviam sido adquiridos por Jack Warner, fizeram de Uma Rua Chamada Pecado o filme mais aguardado da Warner Bros em 1951. 

Temperamentos a flor da pele

Sabendo que encontrariam problemas junto à censura da legião da decência, diversas mudanças tiveram que ser feitas para adequar StreetCar aos padrões da época. Tennessee Williams praticamente reescreveu grande parte do roteiro, sequências inteiras se quer foram filmadas, enquanto outras mesmo depois de concluídas, tiveram que ser modificadas. Apesar de tantas mudanças, para a legião o filme de Kazan continuava indecente e imoral, e mesmo tendo sido liberado, sua classificação era a máxima de censura. Com isso a igreja católica influenciava veemente seus seguidores a não irem aos cinemas assistir esses filmes “condenados”. Mesmo com tantas contribuições negativas, Uma Rua Chamada Pecado (uma das traduções de títulos mais absurdas da história) se tornou um dos maiores sucessos daquele ano. 

Blanche DuBois conhece o cunhado Stanley Kowalski

O Filme (e obviamente a peça) mostra a difícil convivência de Stanley Kowalski (Brando) com sua cunhada Blanche DuBois (Leigh) que após chegar na casa da irmã Stella (Hunter) transforma completamente a vida do casal. A Interpretação de Vivian Leigh foi digna do Oscar que recebeu assim como a de Karl Malden (preferido de Kazan em diversas produções). Marlon Brando que só havia feito nos cinemas Espíritos Indômitos (1950) ao lado de Teresa Wright, repete nas telas sua magistral e perfeita atuação do grosseiro e machista Stanley. Depois de Uma Rua Chamada Pecado o ator se consolidou como um dos maiores atores de Hollywood de todos os tempos. Das 12 indicações que o filme recebeu ao Oscar, venceu 4. Entendemos que naquele ano a disputa estava mais do que acirrada, entretanto é inaceitável para qualquer cinéfilo que o melhor filme tenha sido Sinfonia de ParisAtenção para a incrível trilha sonora de Alex North. Visto hoje Uma Rua Chamada Pecado continua intacto, pesado e marcante, seu ótimo e ambíguo roteiro dá classe e poder as perfeitas atuações que mesmo passados sessenta anos, ainda choca e emociona qualquer mortal que tem o privilégio de assisti-lo.

✩✩✩✩✩

 Surgem as desavenças 
O Temperamento de Kowalski surpreende até os amigos mais próximos
A paixão avassaladora de Stella
Blanche e Mitch
Stella e Stanley
Um aniversário "quase" perfeito
O "Rei" da casa impõe suas ordens
A Covardia de Stanley
Nasce o novo astro de Hollywood
Vivian Leigh, Marlon Brando, Kim Hunter e Karl Malden
Cartaz original do filme
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...