(The Men) De: Fred Zinnemann, Com: Teresa Wright, Marlon Brando,
Everett Sloane, Jack Webb, Richard Erdman, Arthur Jurado, EUA -Drama - P&B
- Republic/United Artists - 1950.
No inicio da década
de 1950 o nome Marlon Brando (1924-2004) ainda era completamente desconhecido para
o público de Hollywood. Todavia, na Broadway, onde iniciou sua carreira
profissional em 1947 com a magnificente peça de Tennesse Williams (1911-1983); Um Bonde Chamado Desejo, o ator já era
estrela graças a sua excelente interpretação do polonês rústico e selvagem
Stanley Kowalski. Diante do sucesso, Brando, que almejava iniciar sua carreira
cinematográfica através de projetos sérios, ambiciosos e longe das típicas produções
studio-system, recusou diversos
convites para estrear nas telas até 1950, quando chegou até suas mãos o ótimo
roteiro de Espíritos Indômitos, assinado
por Carl Foreman (1914-1984). Foreman, que teve sua carreira fortemente abalada
quando se tornou vítima da lista negra do Macarthismo, acabara de sair dos
sucessos Êxito Fugaz (1950) e O Invencível (1949). A produção,
realizada de forma independente e modesta, ficou a cargo de Stanley Kramer
(1913-2001), cineasta responsável por grandes obras primas como Cyrano de Bergerac (1950) e Matar ou Morrer (1952).
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Ken Wilcheck, inconformado com seu diagnostico |
Dirigido com
maestria por Fred Zinnemann (1907-1997), Espíritos Indômitos retrata as lutas e
as dificuldades de reintegração e auto-aceitação de Ken Wilcheck (Brando), um
jovem tenente que ficou paraplégico após ser atingido em combate durante a
segunda guerra mundial. Wilcheck, que a
principio não se conforma com sua situação, é ríspido e agressivo com todos que
o cercam no hospital especial de militares, inclusive sua sensível e apaixonada
noiva Ellen (Wright) que mesmo contrariada, insiste no relacionamento de ambos.
O filme, em seus vinte minutos iniciais,
se assemelha a um documentário sobre as condições de vida dos ex-combatentes feridos
em conflitos bélicos, no entanto, com o desenvolvimento da trama, Zinnemann, sem
pieguices e sem exagerar no corriqueiro melodrama, nos presenteia com um ótimo
filme, marcado com as excelentes interpretações do estreante Brando e da sempre
doce Wright. Os figurantes paralíticos que participaram da produção, em sua
grande maioria, eram ex-soldados interpretando a si próprios, como foi o caso
de Arthur Jurado (1923-1963), um aeronauta que se tornou paraplégico após cair
com seu avião durante a segunda grande guerra. Em Espíritos Indômitos, Jurado
rouba a cena como Angel “Tarzan”, assim como o coadjuvante Jack Webb
(1920-1982), como o capitão e presidente do V.P.A (Veteranos Paralíticos da
America) Norman Butler. Visto hoje, o filme de Kramer, Foreman e Zinnemann continua
a passar credibilidade com seu contexto atemporal e sua mensagem positiva de
superação; além disso, o mesmo resiste muito bem ao tempo pelo fato de ser o
primeiro, daquele que é considerado o melhor ator de todos os tempos.
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Wilcheck preferindo a solidão se torna cada vez mais ríspido |
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Ignorando e ... |
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Agredindo os parceiros do hospital. |
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Wilcheck encontrando conforto nos braços de sua noiva Ellen |
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Apoiando-se na futura esposa, Wilcheck diz sim |
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A conturbada lua de mel |
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Wilcheck e Ellen, amor acima das circunstâncias |
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O Tenente Ken "Bud" Wilcheck e sua dedicada esposa Ellen |
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Teresa Wright em foto publicitária |
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Marlon Brando, o novo astro de Hollywood! |
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Cartaz original do filme |