(Hell´s Angels) De:
Howard Hughes, Com: Ben Lyon, James Hall, Jean Harlow, John Darrow, Lucien
Prival, Frank Clarke, EUA - Guerra - P&B/Cor - The Caddo Company - 1930.
Após se tornar órfão de mãe e pai em 1922 e
1924 respectivamente, o jovem de então dezenove anos Howard Hughes passa a controlar as milionárias empresas petrolíferas
de seu pai, Hughes Robard Company em
Houston – Texas. Em 1925 ao completar
vinte anos, Hughes já bilionário, se casa com Ellen Rice, abandona a universidade e se muda para Hollywood no
intuito de realizar um de seus grandes sonhos, tornar-se cineasta. Dois anos
após ter chego à cidade dos sonhos, Hughes em parceria com alguns outros
executivos da indústria cinematográfica criam a The Caddo Company,
empresa responsável por lançar nove grandes filmes entre 1927 e 1932, destacando-se;
Dois Cavaleiros Árabes (1927), A Lei dos Fortes (1928), o vencedor do
Oscar Sem Novidades no Front (1931),
e Scarface, a Vergonha de uma Nação
(1932). Em 1929 após se divorciar de
Rice, Hughes adquire a fama de galanteador e passa a se relacionar com diversas
estrelas de Hollywood. Entre seus affairs estavam; Jean Harlow, Katharine
Hepburn, Ginger Rogers, Bette Davis, Rita Hayworth, Gene Tierney, Jean
Fontaine, Ava Gardner, Olivia de Havilland, Jane Russell e Yvone de Carlo. Além
do cinema e das diversas mulheres, outra grande paixão de Hughes era a Aviação.
O excêntrico bilionário, que desde criança demonstrava ter herdado a
inteligência do pai, era um grande admirador da mecânica e das novas
tecnologias. Freqüentou o instituto de tecnologia de Houston e aos doze anos de
idade já havia aparecido até em um jornal andando sobre uma bicicleta
motorizada que ele mesmo tinha projetado. Em 1932 funda sua primeira empresa de
aviação; Hughes Air Craft e em 1939
assume o controle da TWA após
investir nela mais de sete milhões de dólares. No final da década de 1930 e
durante toda a década de 1940, após ganhar diversos prêmios em reconhecimento
por suas realizações no avanço da aviação, Hughes passa a desenvolver novos
modelos de aviões e aeronaves para o exército americano, contribuindo
grandemente com o sucesso da Força Aérea dos Estados Unidos durante a segunda
guerra mundial. Como nosso foco é o cinema, e a polêmica história de vida de
Hughes renderia pelo menos uns cinco posts, passamos a falar sobre seu mais
ambicioso e colossal projeto cinematográfico, a milionária produção de 3,8
milhões de dólares (de seu próprio bolso) Anjos
do Inferno.
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Anjos do Inferno; O realismo e o perfeccionismo de H. Hughes |
Escrito e dirigido pelo próprio Hughes, Anjos do Inferno começou a
ser rodado em 1927 como uma das produções mais caras do cinema mudo, seu elenco
estrelar contava com Ben Lyon, James Hall e a atriz norueguesa Greta
Nissen. No entanto, após a First National Pictures (Warner Bros.)
lançar O Cantor de Jazz, totalmente
“falado”, Hughes maravilhado com a nova tecnologia, cancela toda sua produção e
anuncia que Anjos do Inferno seria agora o primeiro grande filme bélico da era
sonora. Entre as diversas medidas tomadas para a adaptação do filme ao sistema de
som, a mais significativa delas foi o desligamento da estrela Greta Nissen, que
por conta de seu pesado sotaque, não tinha condições de estrelar o filme. Para substitui-lá
Howard Hughes concede a coadjuvante Jean Harlow a oportunidade de protagonizar
seu primeiro grande papel, transformando-a do dia para a noite na eterna e
mistificada Vênus Platinada do cinema.
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Ben Lyon e Greta Nissen, em cena descartada da versão muda |
O
filme, que estreou mundialmente no dia 24 de maio de 1930, ficou marcado por
seus trágicos incidentes ocasionados pelo notável perfeccionismo de Hughes, que
exigindo o máximo de realismo nas cenas aéreas provocou a morte de mais de
quatro pilotos durante as gravações. A trama, que se inicia pouco antes da
primeira guerra mundial, trás a história dos irmãos ingleses Roy e Monte
Rutledge (Hall e Lyon) estudantes de Oxford que tem em comum o amigo alemão
Karl Armstedt (Darrow). Enquanto Monte só pensa em diversão, Roy vive somente
para protegê-lo e endeusar sua namorada de comportamento duvidoso Ellen
(Harlow). Porém, com o inicio da guerra, Roy e Monte se alistam no RAF (Real Air Force) onde encontram difíceis
missões, entre elas, a de sobrevoar e bombardear territórios inimigos. Karl, por sua vez, que é convocado pelo
exército alemão, contrário a sua vontade deve atingir, através de um Zeppelin,
a capital inglesa que até então era seu estimado lar. Tendo alcançado enorme
sucesso, o milionário épico de Howard Hughes arrecadou mais de oito milhões de
dólares em todo o mundo, recebeu ótimas críticas e tornou-se o filme mais
importante de sua carreira. Visto hoje, continua impressionando, principalmente
pelas diversas cenas aéreas entre os biplanos e por seus ótimos efeitos
especiais. Em 2004 o renomado diretor Martin
Scorsese leva as telas O Aviador,
filme premiado com cinco Oscar e que aborda a vida de Howard Hughes a partir do
período em que ele inicia a produção de Anjos do Inferno, até meados de 1940 quando
passa a se deteriorar devido seu transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Em suma, Anjos do Inferno, além de clássico, é
hoje um dos grandes filmes bélicos produzidos por Hollywood. Indispensável.
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Antes da guerra Karl e Roy se divertem |
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Karl é convocado pelo exército alemão |
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Ellen e Roy, amor cego |
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Karl no Zeppelin pouco antes de bombardear Londres |
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Agonia nas alturas |
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A decepção de Roy |
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A destruição do Zeppelin alemão |
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Os Irmãos Rutledge são capturados |
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A Vênus Platinada Jean Hearlow |
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O multimilionário Howard Hughes |
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Cartaz original do filme |
Jean Harlow é uma de minhas atrizes favoritas. É muito interessante como no filme O Aviador, cinebiografia de Hughes, as mudanças de Hell's Angels de filme mudo para falado são mostradas. Com certeza deu uma dor de cabeça para a equipe de Hughes!
ResponderExcluirAbraços!
Um excelente espetáculo de texto e imagem. Não conheço este, Jefferson, mas concerteza já fará parte de minha lista, irmão. Valeu pela dica...
ResponderExcluirDemorei um pouco pra assistir este filme, e quando assisti fiquei extremamente impressionada e encantada. As cenas aéreas são fantásticas a história em si também e os atores dispensam comentários. Um elenco grandioso. Me atrevo a dizer que, depois de Wings, este é o melhor filme de Guerra (da época). Parabéns por nos trazer essas pérolas!
ResponderExcluirum grande filme. as cenas de ação são fantásticas.
ResponderExcluirO Falcão Maltês
Tem Jean Harlow no elenco? Necessito assistir, adoro ela.
ResponderExcluirGostei demais do seu post.
O filme parece bem interessante e achei legal saber que o diretor tinha como affairs um das minhas atrizes prediletas, Bette Davis.
Abraços.
Jefferson,
ResponderExcluirNão conhecia esta historia até ver O Aviador, do perfeito Scorcese.
Também sabia pouco sobre o Hughes, fato que o filme O Aviador me conduziu a ir em busca na Internet de mais informações sobre este homem, que hoje conheço melhor e não condeno suas manias, já que naquela época a medicina ainda não intitulava seu mal como doença.
Mas foi uma outra boa matéria, razão pela qual comento uma e logo busco a anterior para conhecer e sempre posto um comentário.
Outro bom e merecedor de visitas e comentários o seu trabalho. Este sempre oportuno e interessante, além de agradável de ler e dar parecer.
Grande abraço
jurandir_lima@bol.com.br
Obrigado mais uma vez por suas gentis palavras Jurandir....
ResponderExcluirGrande Abraço.....