domingo, 23 de dezembro de 2012

"Viva Zapata!" (1952)

(Viva Zapata!) De: Elia Kazan, Com: Marlon Brando, Jean Peters, Anthony Quinn, Joseph Wiseman, Arnold Moss, Alan Reed, Margo, Harold Gordon, Lou Gilbert, Mildred Dunnock, Fay Roope, EUA - P&B - Drama - Fox - 1952. 

Emiliano Zapata Salazar nasceu no dia 8 de agosto de 1879 no pequeno vilarejo de San Miguel de Anenecuilco, atual cidade de Ayala no estado mexicano de Morelos. Filho de pequenos camponeses, Zapata teve uma infância difícil e assim como tantas outras crianças, cresceu assistindo as injustiças e o sofrimento de seu povo que vivia sobre a pesada ditadura do então presidente Porfírio Diaz (1830-1915). Quando adulto, Zapata tornou-se um grande defensor de sua gente, envolvendo-se em diversas lutas contra as atrocidades do porfirismo e em favor dos direitos dos camponeses e indígenas que tinham suas terras constantemente usurpadas por ricos fazendeiros. Dessa forma, a fama do militante e herói Zapata não demorou a chegar aos ouvidos do político, latifundiário e fundador do Partido Nacional Antirreeleicionista Francisco Madero (1873-1913), capitalista liberal foragido nos Estados Unidos que tinha por objetivo derrubar Diaz do poder que durava quase trinta e cinco anos. Juntos, Madero, Zapata e o chefe de guarnição Pancho Villa (1879-1923) conseguem destituir o ditador e iniciar em 20 de novembro de 1910 a revolução mexicana, conflito esse considerado o mais importante acontecimento político e social da história contemporânea do México. 

Emiliano Zapata se apresenta ao presidente

E é exatamente esse importante acontecimento da história mexicana que o premiado diretor Elia Kazan utiliza como pano de fundo na audaciosa cinebiografia do caudilho do sul; Viva Zapata! Com o ótimo roteiro (indicado ao Oscar) assinado pelo renomado autor John Steinbeck (1902-1968), que escreveu de maneira fidedigna os últimos dez anos da vida do revolucionário mexicano, Kazan, que no inicio de 1952 ainda curtia o enorme sucesso de Uma Rua Chamada Pecado (1951) levou as telas um filme eletrizante, fantástico e comovente. Com a produção de Darryl F. Zanuck e com as magistrais interpretações de Marlon Brando e Anthony Quinn, Viva Zapata apesar de abordar a vida de um herói estrangeiro alcançou significativo sucesso junto ao público estadunidense. Todavia o mesmo não ocorreu no país do homenageado, já que parte da população, principalmente os fiéis Zapatistas, se negavam aceitar o lendário caudilho interpretado por um “gringo yankee”. Tal fato semelhantemente aconteceu na Argentina 44 anos mais tarde quando a popstar Madonna, com total desprezo dos argentinos, interpretou Eva Perón no filme Evita de Alan Parker. 

Zapata; líder dos camponeses ...

Repleto de ação e com aparência de faroeste, a trama de Viva Zapata se inicia quando Emiliano Zapata (Brando), acompanhado de outros camponeses, viaja até a capital mexicana para reivindicar do presidente Porfírio Diaz (Roope) os direitos sob suas terras. No entanto, diante da passividade do presidente, Zapata, cansado de falácias, ao lado do irmão Eufemio (Quinn) e do companheiro Pablo (Gilbert) decide se armar e fazer justiça com as próprias mãos, dando inicio assim, ao que se tornaria mais tarde a revolução mexicana ao lado dos políticos liberais Francisco Madero (Gordon) e Pancho Villa (Reed). O filme, que traz ainda um pouco da vida íntima de Zapata e seu relacionamento com Josefa Espejo (Peters), possui a excelente trilha sonora que, assim como em Uma Rua Chamada Pecado (1951), ficou a cargo do exímio Alex North, responsável por realizar anos mais tarde as clássicas trilhas de Spartacus (1960) e 2001, Uma Odisséia no Espaço (1968). Anthony Quinn como Eufemio Zapata levou o único Oscar do filme, o de melhor ator coadjuvante, tal prêmio foi mais que merecido, pois sua excelente interpretação em diversos momentos chega a ofuscar a de Marlon Brando, que apesar de ter sido muito bem caracterizado, às vezes não convence como mestiço. Em suma, tanto para os estudiosos de história, quanto para os amantes do cinema, Viva Zapata é mais um dos tantos exemplos de que hoje, não se fazem mais filmes como antigamente. 

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 De condenado, fora da lei...
à General
Zapata com seus aliados Eufemio, Pablo e Madero
Emiliano e Josefa, amor conturbado
Marlon Brando e Jean Peters em foto publicitária
Brando como Emiliano Zapata
O Vencedor do Oscar, Anthony Quinn
O Verdadeiro Caudilho do Sul, Emiliano Zapata
Cartaz original do filme
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