(The Picture of Dorian
Gray) De: Albert Lewin, Com: Hurd Hatfield, George Sanders, Angela Lansbury, Donna Reed,
Lowell Gilmore, Peter Lawford, EUA – Suspense – P&B – MGM – 1945.
Baseado na obra homônima de Oscar
Wilde, o filme O Retrato de Dorian Gray
chegou às telas quarenta e cinco anos após a morte de seu polêmico criador. O
romance, que foi publicado na Inglaterra pela primeira vez em abril de 1891,
além de ter sido mal recebido naquela sociedade Vitoriana, sofreu ainda, graças
a seu conteúdo hedonista e homoerótico, diversas criticas negativas. Com o
passar dos anos o livro foi tornando-se símbolo da juventude intelectual
decadente da época e hoje é um dos maiores clássicos da literatura britânica de
todos os tempos, imortalizado também como a obra prima do autor. Realizado com
ostentação, requinte e razoável fidelidade a fonte, o filme da Metro Goldwyn Mayer convence. Foi
sucesso em seu lançamento e mantém-se até a atualidade como um ótimo trailer de
suspense e drama. A escolha do papel central, a principio, foi destinado ao
ator Basil Rathbone, porém a
Universal negou-se de emprestá-lo a MGM devido seu enorme sucesso na série Sherlock Holmes. Diante disso o estúdio das
estrelas recorreu ao novato Hurd Hatfield
que acabou interpretando magistralmente o “herói” de Wilde. Mais tarde Hatfield
confessou não entender porque havia sido escolhido para o papel considerando-se
feio e inferior ao “Adônis que se diria
feito de marfim e pétalas de rosa” descrito por Wilde; O filme, assim como
o livro, conta a história de Dorian Gray (Hatfield) um jovem aristocrata que
vive em Londres no final do século XIX. Dono de uma beleza ímpar, Dorian aparenta
ser um rapaz ingênuo e acima de qualquer suspeita. Porém, após ser retratado
pelo amigo Basil Hallward (Gilmore), e conhecer os ideais hedonistas de
Lorde Henry Wotton (Sanders) o inocente rapaz passa a idolatrar seu quadro de
tal forma que chega a oferecer sua própria alma em troca da eterna juventude estampada
pelo amigo. Tendo seu pedido aceito, Dorian se condena a eterna jovialidade
enquanto seu quadro passa a envelhecer transparecendo, além dos sinais do tempo, todos seus pecados. O filme foi muito bem produzido, venceu o Oscar de
melhor fotografia, possui uma trilha sonora tocante (o que inclui a performance
de Lansbury com Goodbye Little Yellow
Bird), ótima direção de arte, interpretações comoventes e interessantes
efeitos (como as sequências do retrato, filmadas em Technicolor). Consagrado
como um dos grandes filmes da MGM, O Retrato de Dorian Gray resistiu muito bem ao
tempo, encontrando-se hoje entre os grandes clássicos do cinema.
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Basil recebe ajuda da pequena sobrinha Gladys para finalizar sua obra |
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Dorian Gray é apresentado ao hedonista Lorde Henry Wotton |
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Que passa a lhe pregar seus ideais |
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Dorian após aceitar as idéias de Lorde Henry passa a frequentar a noite londrina |
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E Em uma taberna conhece sua grande paixão |
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Sibyl Vane |
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Os apaixonados Dorian e Sibyl |
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A Pequena Gladys cresce e Dorian permanece o mesmo |
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O misterioso Dorian Gray |
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Hurd Hatfield "quase um astro" |
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George Sanders caracterizado como Lorde Henry, um coadjuvante de peso |
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Cartaz original do filme |