domingo, 1 de abril de 2012

"Horas de Desespero" (1955)

(The Desperate Hours) De William Wyler, Com Humphrey Bogart, Fredric March, Arthur Kennedy, Martha Scott, Gig Young, Dewey Martin, Richard Eyer, EUA – Drama – P&B – Paramount – 1955.

O Diretor William Wyler aclamado desde os anos 30 sempre ousou dirigir qualquer gênero de filme, de romances a suspenses, de dramas a comédias e de faroestes a policiais. Vários de seus filmes hoje ocupam consideráveis posições entre os melhores da história do cinema. Em poucas linhas é fácil listar grandiosos clássicos dirigidos por esse alemão que encontrou em Hollywood seu destino: De Sua vasta obra destacam-se: Beco Sem Saída (1937), Jezebel (1938), O Morro dos Ventos Uivantes (1939), Rosa de Esperança (1942), Os Melhores Anos de Nossas Vidas (1946), Tarde Demais (1949), A Princesa e o Plebeu (1953), Da Terra Nascem os Homens (1958) e sem dúvidas o maior de todos, Ben-Hur (1959). Wyler foi indicado doze vezes ao prêmio Oscar, levando três deles por Rosa de Esperança, Os Melhores Anos de Nossas Vidas e Ben-HurNa década de 50 alcançou grande sucesso e ótimas críticas dirigindo dois excelentes filmes policiais, em 1951 mostrou o dia a dia e os problemas internos de uma delegacia de policia em Nova York com Chaga de Fogo (The Detective Story)Em 1955 decide colocar lado a lado dois monstros do cinema, os vencedores do Oscar, Humphrey Bogart e Fredric March no ótimo; Horas de Desespero (The Desperate Hours)Baseado na peça de Joseph Hays (aqui responsável pelo roteiro) o filme mostra o drama e a tensão de uma família quando se tornam reféns de três perigosos bandidos foragidos da prisão. A trama apesar de possuir um argumento simples, é envolvente e tem o poder de prender a atenção do espectador do inicio ao fim. Assim como noutro clássico sobre Gangsteres A Floresta Petrificada (1937), Horas de Desespero também apresenta uma ação claustrofóbica tendo grande parte de suas sequências rodadas em um único cenário. Inclusive essa não seria a única semelhança entre os dois filmes já que tanto um quanto o outro possuem também três bandidos e que tomam inocentes como reféns. Sem dúvidas hoje se trata de um filme menos lembrado, porém não menos grandioso que os demais realizados pelo mestre WW.

✩✩✩✩

A família recebe "visitas"
Que dita as regras a partir de então
A tensão sequer deve transparecer em suas vozes
 Toda a paz e tranquilidade do lar, transforma-se em medo , aflição e
Horas...
de Desespero
Foto publicitária do filme 
Humphrey Bogart  como o bandido Griffin interpreta o último vilão de sua carreira  
 Sr. William Wyler, sem dúvidas um dos grandes mestres do cinema
Cartaz original do filme

segunda-feira, 26 de março de 2012

"Hondo - Caminhos Ásperos" (1953)

(Hondo) De John Farrow, Com John Wayne, Geraldine Page, Ward Bond, Lee Aaker, Michael Pate, James Arness, EUA - Faroeste - Cor - Warner - 1953. 

Depois de três anos sem estrelar um faroeste, (o último foi Rio Grande em 1950) John Wayne que sem dúvidas se tornou na história do cinema o maior estereótipo do Cowboy americano, retorna às telas em uma produção arrebatadora: Hondo - Caminhos ÁsperosDirigido pelo fraco John Farrow (mais lembrado por seu trabalho de roteirista em A Volta ao Mundo em 80 Dias, e por ser pai da atriz Mia Farrow) o filme só obteve seu merecido reconhecimento anos após seu lançamento. A pedra no sapato desse e de todos os outros faroestes lançados em 1953 se chamava Os Brutos Também Amam de George Stevens, que encantou o público e a critica do mundo todo ofuscando completamente o brilho dos demais. Nem mesmo os efeitos em 3D foram suficientes para levantar a bilheteria desse que visto hoje é sem dúvidas um dos maiores filmes de Wayne. Com características completamente idênticas as de Shane, o filme de John Farrow nos traz a história de Hondo (Wayne) um pistoleiro que encontra ajuda e abrigo no rancho de Angie Lowe (Page) uma bela mulher que vive unicamente na companhia do pequeno filho no deserto do Novo México. Após perceber que Angie corre perigo habitando em terras indígenas Hondo decide protegê-la diante dos temíveis Apaches. O Filme tem uma fotografia belíssima, além de uma trilha sonora digna de nota. Algumas sequências, principalmente as próximas do final, foram dirigidas pelo mestre John Ford quando Farrow teve que se apresentar em outro projeto. Apesar de ter menos de noventa minutos de duração o filme apresenta um intervalo, o que era muito comum nos épicos e também em produções realizadas em terceira dimensão, na época eram usados dois projetores para causar o determinado efeito, e o intervalo, independente da metragem do filme, era necessário para a devida troca dos rolos. Apesar de tanto trabalho o filme foi pouco rodado em 3D e grande parte do público o assistiu sem os incríveis efeitos. Completamente indicado aos amantes dos westerns, o filme é sem dúvidas um grande espetáculo, ainda mais depois de sua recente remasterização onde nos é apresentado com as cores do processo WarnerColor ainda mais vivas e brilhantes. Entretenimento certo.

✩✩✩

Toda a magnitude do filme já é apresentada em seus créditos
Hondo Lane se aproxima do rancho de Angie Lowe
Que logo recebe a indesejável visita dos índios Apaches
O Líder Apache Vittorio
Ao retornar a cidade Hondo surpreende os amigos
Mais tarde acaba sendo surpreendido em uma emboscada
Hondo confessa a Angie o triste destino de seu esposo
Hondo e o pequeno Johnny, uma relação paternal
Hondo decide contar ao garoto o triste fim de seu pai
A Cavalaria alerta sobre a disputa territorial contra os Apaches e pede retirada
O Cowboy dos cowboys, John Wayne astro absoluto em Hollywood
Cartaz original do filme

quarta-feira, 21 de março de 2012

"A Trágica Existência de Susan Hayward"

Há exatos 37 anos Hollywood perdia parte de seu brilho, morria Susan Hayward

Natural de Nova York, Susan Hayward é considerada uma das atrizes mais bonitas e talentosas de Hollywood. Porém alcançar o estrelato não foi fácil e Susan lutou arduamente para vencer no cinema. Em 1935, após realizar alguns testes sem sucesso na Broadway, Edythe Marrenner (seu nome verdadeiro) decidiu se tornar modelo. Em 1937 após ter suas fotografias publicadas no Saturday Evening Post foi convidada por David O. Selznick para realizar um teste para seu mais novo filme; E o Vento Levou. O papel em questão, era o de Scarlett O´Hara, que como todos sabem foi designado a Vivien Leigh. William A. Wellman que também estava em busca de uma jovem estrela se encantou com a beleza estonteante da modelo e lhe deu o papel de Isobel Rivers na aventura Beau Geste, estrelado por Gary Cooper. O ano era 1939 e Susan Hayward estreava nas telas, mas sua consagração como atriz estaria ainda muito longe de acontecer.

Susan Hayward uma das atrizes mais bonitas e talentosas de Hollywood
De modelo...
à Atriz.

Sua primeira indicação ao Oscar ocorreu em 1947 pelo filme Desespero, porém nesse ano venceu Loretta Young por sua performance em Ambiciosa. Em 1949, sua segunda indicação viria pelo melodrama Meu Maior Amor, todavia, Olivia DeHavilland, que brilhara em Tarde Demais, naquele ano tirou novamente a chance de vitória de Hayward. O mesmo ocorreu em 1952 com Meu Coração canta e em 1955 com Eu Chorarei Amanhã, onde ela perdeu para Shirley Bothe e Ana Magnani respectivamente. Além da decepção profissional que estava vivendo, Susan Hayward em meados de 1955 sofria grandes desilusões com seu ex-marido, o ator secundário Jess Barker. Em 1953 após uma discussão onde sofrera diversas agressões físicas, Hayward é lançada por Barker dentro da piscina onde este tenta a todo custo afogá-la, o motivo? Ele desejava um novo cadilac. A ruiva após o escândalo decide pedir o divórcio.


Cena de "Eu Chorarei Amanhã"
Hayward com o 1º esposo Jess Barker e filhos


Na ocasião, todos os jornais sensacionalistas publicavam matérias sobre a difícil convivência da atriz com o ator de outrora. Segundo a imprensa, Jess Barker não aceitava ver a esposa vencer na indústria cinematográfica enquanto ele sucumbia diante dos constantes fracassos. Mesmo depois do divórcio, Susan vivia recebendo as indesejáveis visitas do ex-marido, que se negava a trabalhar em outras áreas e vivia buscando algum dinheiro, sempre com o pretexto de visitar seus filhos, os gêmeos Gregory e Timothy, que na ocasião tinham dez anos. Mediante essa situação e a beira de um colapso, Susan Hayward não suportando mais viver daquela maneira decide por um fim em sua triste vida ingerindo dois vidros de seconal. Sua mãe Ellen Marrenner após receber uma estranha ligação da filha, como se essa estivesse se despedindo, decide avisar aos policiais. Esses ao arrombarem a porta da mansão da atriz já a encontra inconsciente jogada no chão. Por sorte, e graças à mãe, é socorrida a tempo, escapando da morte. 


E o 2º esposo Eaton Chalkley

Após esse lamentável episódio Susan Hayward decide internar os filhos em um colégio militar e desiludida desaparece completamente do cenário social e das telas. Os boatos a seu respeito passam a se tornar cada vez mais negativos e rumores sobre alcoolismo e promiscuidade são constantes. No entanto, dois anos depois, mas precisamente no dia 08 de fevereiro de 1957 Susan se casa com o advogado Eaton Chalkley da Geórgia e se muda definitivamente para lá levando consigo seus dois filhos. Um dia, e já livre da prisão, (onde se encontrara por ter atirado no amante de sua esposa, a então atriz Joan Bennett) o produtor Walter Wanger vai até a casa de Hayward levando até ela o roteiro de seu novo filme, o drama real sobre a vida de Barbara Graham, Quero ViverComo conhecia o produtor desde os tempos em que (e por intermédio dele) realizou seus primeiros testes em Hollywood, Susan Hayward decide voltar a Hollywood e dessa vez para interpretar uma prostituta condenada a câmera de gás por assassinato. A medida que lia o roteiro Susan ia se apaixonando cada vez mais por seu personagem, dando a ele toda força e veracidade possível. O resultado disso foi mais uma indicação ao Oscar, só que dessa vez com um desfecho bem diferente das anteriores. A noite de 06 de abril de 1959 foi mais que especial e Susan Hayward finalmente, dando a volta por cima, vence o prêmio de melhor atriz.


Como Barbara Graham, Hayward tem seu melhor desempenho (Quero Viver de Robert Wise)
Melhor atriz de 1958

Todavia nem tudo eram flores, e a felicidade de Susan não duraria tanto tempo como ela merecia. Em 1966 enquanto filmava na Itália o filme Charada em Veneza a atriz se vê desesperada quando recebe a noticia que seu esposo falecera de cirrose aguda em decorrência de uma hepatite. Terminadas as gravações e com o psicológico completamente abalado, Susan segue diretamente para um sanatório onde permanece por algum tempo. Em 1973 após meses sentindo fortes dores de cabeça é diagnosticada com um câncer cerebral inoperável. Ironia do destino ou não, dez anos antes Hayward havia interpretado uma moça rica e desenganada com um tumor cerebral em Horas Perdidas, a segunda versão do melodrama Vitória Amarga (1939). Em 1974 mesmo doente, participou ainda da cerimônia do Oscar e estava deslumbrante, a imprensa e os amigos chegaram a cogitar a hipótese de uma possível cura. Mas de fato isso não aconteceu e o destino mais uma vez foi cruel com aquela mulher forte batalhadora e por diversas vezes injustiçada. Susan Hayward morre na fria noite de 14 de março de 1975 aos 57 anos.


Susan Hayward (1917-1975)
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