(Freud - The Secret Passion) De: John Huston,
Com Montgomery Clift, Suzannah York, Larry Parks, Susan Kohner, Fernand Ledoux,
David McCallum, USA – Drama - P&B - Universal – 1962.
O
renomado diretor americano John
Huston, famoso por dirigir obras primas como O Falcão Maltês (1941), O Tesouro de Sierra Madre (1946) e Uma Aventura
na África (1951), desde 1958 planejava levar as telas um filme sobre a vida
do psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856-1939). Em 1961, após encerrar seu
trabalho em Os Desajustados na MGM,
Huston finalmente decide iniciar seu projeto junto aos estúdios Universal, solicitando
a Jean Paul Sartre o roteiro para Freud – The Secret Passion. Como
desejava filmar apenas a entrada de Freud na psicanálise, Huston sugere
diversos cortes no enorme roteiro apresentado por Sartre, que segundo consta,
caso fosse filmado teria mais de cinco horas de duração. O roteirista por sua
vez ficou enfurecido com o pedido do diretor e preferiu se desligar do projeto
sendo substituído por Charles Kaufman e Wolfgang Reinhardt, que merecidamente
foram indicados ao Oscar naquele ano. Juntos, Kaufman, Reinhardt e Huston realizam
uma obra tensa, poderosa e intrigante sobre o pai da psicanálise.
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Montgomery Clift é Sigmund Freud |
O filme se
inicia com a profunda narração do diretor: Desde
a antiguidade houve três grandes mudanças na ideia do homem sobre si mesmo. “Três
grandes golpes afetaram nossa vaidade, antes de Copérnico acreditávamos ser o
centro do universo, que todos os corpos celestes giravam ao nosso redor, mas o
grande astrônomo derrubou esse conceito e fomos forçados a admitir que nosso
planeta é apenas um dentre os muitos que giram ao redor do sol, e que há outros
sistemas além do nosso em incontáveis mundos. Antes de Charles Darwin o homem
acreditava ser uma espécie única completamente separada do reino animal. Mas o
grande biólogo nos fez ver que nosso organismo físico é o produto de um vasto
processo evolutivo cujo as leis em nada diferem daquelas dos animais. Antes de
Sigmund Freud o homem acreditava que o que dizia e fazia era um produto de sua
vontade consciente, mas o grande psicólogo demonstrou a existência de outra
parte de nossas mentes que funciona no mais obscuro segredo e que pode até
comandar nossas vidas. Esta é a história da entrada de Freud numa região tão
escura quanto o próprio inferno, o inconsciente humano, e de como ele o
iluminou”.
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Dr. Breuer e Dr. Freud discutem sobre as críticas recebidas |
É essa outra parte de nossas mentes, tão escura quanto o inferno
e capaz até de comandar nossas vidas, que faz Freud se aprofundar e buscar
respostas na psicanálise e na hipnose a partir dos estudos elaborados pelo
Dr.Charcot (Ledoux) em Paris no ano de 1895. A princípio, Freud sofre muitas
criticas quando passa a divulgar suas teses acerca do tratamento da histeria e
demais doenças neurológicas. Nenhum médico, salvo Dr. Joseph Breuer (Parks), aceita
suas teorias a base da hipnose e do inconsciente, julgando-o mais doente que
seus próprios pacientes. Porém, junto com Breuer, Freud passa a desenvolver
cada vez mais estudos e teorias a cerca da sexualidade infantil, desejos
reprimidos, complexo de Édipo, interpretação de sonhos etc. O filme, apesar de
ser baseado em fatos reais, não é um documentário, portanto, mistura veracidade
com ficção, como acontece nos casos apresentados da jovem Cecily Koertner
(York) que possui um grave caso de perturbação histérica e acaba se tornando
objeto de estudo de Breuer e Freud e o jovem Carl Von Schlossen (McCallum) que
possui um desvio inconsciente de desejo pela mãe. Esses casos na verdade são
junções de outros pacientes que tanto Fred quanto Breuer possuíam. Em suma,
John Huston tinha por objetivo, levando esse filme as telas, mostrar o quanto
Freud era profissional e dedicado em sua área, mudando conceitos e criando
outros, como a própria psicanálise, que nunca havia sido usado anteriormente. Tendo
recebido boas criticas em seu lançamento, o filme fez sucesso e hoje (apesar de
raro) vem sendo usado constantemente por acadêmicos e estudiosos da psicologia.
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Os discípulos de Dr. Charcot |
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Freud com sua fiel esposa Martha |
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Freud com sua paciente e objeto de estudo Cecily |
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Freud "investigando" uma mente |
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Em suas constantes crises interiores Freud é amparado pelo amigo Breuer |
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Clift e Kohner em foto publicitária do filme |
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Montgomery Clift; ótimo como Dr. Freud |
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O verdadeiro Dr. Sigmund Freud |
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Cartaz original do filme |
Ola Caro Jeff,Este filme apesar de achar um tanto cansativo,na ocasião em que assisti,gostei muito e me deixou tecendo consideraçóes comigo mesma,durante um bom tempo...Na época,deu o que falar.Hoje em dia,acredito que já não provocasse tantas divergencias de opiniões.O tempo vem mudando tanta coisa...A tua postagem sobre ele esta sensacional.Parabéns.Quanto ao filme que postei,não foi nem em DVD daqui,nem baixado da net;foi alugado numa casa de videos que ficava perto do apt.de uma das minhas filhas que mora em N.York.O ano passado quando lá estive para fazer uma visitinha,ela já estava com o filme em mãos,esperando para vermos juntas pois sabia que eu ia adorar.Mas acho que por aqui também deve ser encontrado,pois a musica não pode ser mais famosa.Uma boa -noite e meu grande abraço.
ResponderExcluirOlá, Jefferson - Boas noções de Psicanálise no seu texto. Pobre Monty, com aquele rosto todo deformado. Um abraço do Darci Fonseca
ResponderExcluirEmbora seja um classico, eu prefira a versão nova lançada recentemente de Um metodo Perigoso.
ResponderExcluirRapaz, eu tenho o DVD desse filme, que foi lançado aqui pela Versátil. Absurdamente, não vi até hoje. Seu texto em animou a consertar esse erro. Abraço!
ResponderExcluirAdoro Montgomery Clift e esse filme é muito bom para se conhecer mais sobre a vida de Freud.
ResponderExcluirAssisti este filme recentemente e fiquei extremamente encantada. Não só pela magnífica atuação de Clift, como também a direção e a história em si que é excelente, afinal, é uma biografia. Pra quem já conhece Freud é um ótimo complemento, pra quem ainda não conhece, é uma maneira simples de começar. Excelente escolha Jefferson!
ResponderExcluirAbraços!
Há muito tempo tenho vontade de assistir ao filme. Também gosto de Alan Arkin como Freud no cômico "As Visões de Sherlock Holmes".
ResponderExcluirGosto muito de Montgomery Clift. Por sinal, hoje é aniversário dele. Não sei se a postagem foi intencional, mas foi uma bela lembrança!
Abraços!
É um daqueles filmes que tenho curiosidade, mas ainda não tive oportunidade de conferir.
ResponderExcluirAbraço
Clift era un gran actor, que ganas de ver la película.
ResponderExcluirSaludos
David
drama bem intencionado, mas cheio de falhas.
ResponderExcluirO Falcão Maltês
Olá, Jefferson. Que riqueza de texto, amigo. Que filme maravilhoso esse. Tenho ele, aqui, comigo e fique com uma vontade grandiosa de revê-lo. Penso, como você, fazer uma postagem dele. O seu texto, Jefferson, as imagens ficaram perfeitas. Conferir seus escritos é sempre um prazer, pra mim. Um abraço...
ResponderExcluirOlá, selecionei seu blog para receber o selo Versatile Blogger. Para ter direito a ele você deve falar em seu blog quem lhe concedeu e escrever um texto com sete coisas sobre você. Vá lá no Gilberto Cinema e pegue o seu selo.
ResponderExcluirSuzane, realmente o filme é um pouco cansativo, no entanto interessante.
ResponderExcluirDarci, concordo contigo, pobre Clift, expressava sofrimento e tristeza em seu deformado rosto.
Marcelo, não conheço e nem sabia de uma nova versão.
Fábio, parabéns por possuir a versão da Versátil (caríssima)ainda quero comprar a minha.
Rubi que bom que gostou do filme, eu assisti como trabalho da Universidade e também gostei muito.
Lê, não conhecia esse filme cômico que citou, e mais, não foi intencional publicar um filme de Clift, próximo do aniversário dele, por sinal, eu nem sabia que era aniversário dele. Preciso me ligar mais a essa questão de datas, aniversário de nascimento e morte sempre rendem bons posts.
Hugo, assista, tenho certeza que depois escreveria um texto muito interessante sobre ele.
David, obrigado por visitar e comentar em meu blog, apareça mais vezes, é muito bem vindo.
Antonio, como eu disse, o filme não é um documentário, sendo assim, é normal que tenha falhas, mas eu não diria que é "cheio de falhas".
Maxwell, vindo de você, professor e detentor de conhecimento dessas áreas filosóficas, esse seu comentário me inflou de orgulho. Obrigado!
Gilberto, tbm gosto muito de clif, e essa é uma ótima interpretação dele. Quanto a seu selo, estou indo agora publicar, e desde já lhe agradeço.
A Todos que participaram desse post, meus sinceros agradecimentos...
Abraços a Todos.
Filmão.....minha irmã é fã do Freud e me obrigou a assistir quando entrei na faculdade. kkk. Adorei.
ResponderExcluirBaixar o Filme - Freud Além da Alma - http://goo.gl/Yjirl
ResponderExcluirUm filme onde o assunto da hipnose está presente e por isso fiquei satisfeito por ver esta produção. Isso me lembra um pouco à série de lançamento HBO O Hipnotizador, a história do Brasil, onde tecnincas através da hipnose, o protragisnita, escava-se memórias e enigamas de pacientes que a usam.
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