(From Here To Eternity)
De: Fred Zinnemann, Com: Montgomey Clift, Burt Lancaster, Deborah Kerr,
Frank Sinatra, Dona Reed, Ernest Borgnine, Philip Ober, EUA - P&B - Drama -
Columbia - 1953.
Publicado em 1951, From Here to Eternity foi o primeiro romance do autor americano James Jones (1921-1977). O livro, que
aborda diversos conflitos nos dias que antecedem o ataque japonês a base de Pearl Harbor, apesar de trazer personagens
fictícios, foi baseado nas lembranças do próprio autor, que serviu na companhia
E (companhia do Boxe) da divisão havaiana de Schofield. Vencedor do National
Book Award de 1952, From Here to Eternity
tornou-se sem dúvidas a obra prima de James Jones, que ainda traz em sua
bibliografia outros dois romances baseados em suas experiências bélicas; The Thin Red Line (Além da Linha Vermelha) de 1962 e Whistle (não lançado no Brasil) publicado postumamente em 1978. O
sucesso do livro From Here to Eternity
foi tanto, que o presidente da Columbia Pictures, Harry Cohn (1891-1958), decidiu pagar por seus direitos a quantia
de US$ 87 mil para levá-lo as telas. Daniel
Taradash (1913-2003) o então roteirista contratado do estúdio, foi o
responsável pela difícil adaptação do romance que, até então, era considerado
impossível de ser filmado graças ao moralista código Hays.
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O cabo rebaixado a soldado Robert E. Lee Prewitt chega a base Schofield |
Meados de 1953, com
o roteiro finalizado, o produtor Buddy Adler (1909-1960) convida o diretor Fred
Zinnemann (1907-1997), recém saído do premiado faroeste Matar ou Morrer (High Noon, 1952) para dirigir o longa A Um Passo da Eternidade cujo elenco já
estava pré-definido pelo estúdio. Aldo
Rey ou John Derek interpretariam o
recruta Prewitt, Edmond O´Brien o
sargento Warden, Joan Crawford; Karen
Holmes e Eli Wallach; Maggio. No
entanto, quanto ao personagem de Prewitt, Zinnemann, assim que passou a fazer
parte do projeto, exigiu a contratação de Montgomery Clift, ator que ele havia
revelado no filme Perdidos na Tormenta
(The Search) em 1948. O´Brien acabou
perdendo o papel de Warden para Burt
Lancaster, e Crawford (por não ter aprovado os figurinos criados por Jean
Louis) para Deborah Kerr. Em 1972 o filme O Poderoso Chefão (The Godfather) traz uma seqüência em que um ator
decadente implora a “ajuda” de Dom Corleone para estrelar um filme na certeza
que esse salvaria sua carreira em declínio. Segundo consta, esse episódio de
fato aconteceu, não obviamente da mesma forma que foi apresentado no filme de
Copolla, porém aconteceu. O ator referido seria Frank Sinatra que em 1953
encontrava-se em baixa no cenário Hollywoodiano. Eli Wallach “repentinamente”
desistiu do papel de Maggio e seguiu para New York para estrelar na Broadway a
peça de Tennessee Willians (1911-1983)
Camino Real, sob a direção de Elia
Kazan. Nesse momento, Sinatra, mesmo sem
nunca ter sido cogitado e contra a vontade de Cohn acabou ficando com o papel
de Ângelo Maggio, recebendo por seu desempenho apenas US$ 8 mil, incomparáveis
com os US$ 120 mil de Lancaster e os US$ 150 mil de Clift. Independente do cachê e da veracidade dos
fatos envolvendo a máfia, não é preciso dizer que A Um Passo da Eternidade
salvou a carreira de Sinatra e ainda lhe proporcionou o Oscar de melhor ator
coadjuvante daquele ano.
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Prewitt demonstrando que é um excelente cornetista |
A Um Passo da Eternidade nos traz as histórias
paralelas de Robert E. Lee Prewitt (Clift) um soldado e excelente ex-lutador de
Box que sofre todos os tipos de represálias dos seus superiores por se negar a
continuar lutando, do sargento Milton Warden (Lancaster) que apesar de ser o
braço direito do capitão Holmes (Ober) mantém um tórrido caso de amor com sua
esposa Karen Holmes (Kerr) e de Ângelo Maggio (Sinatra) um marrento de bom
coração que graças a suas constantes bebedeiras encontra sérios problemas com o
agressivo sargento James Judson (Borgnine). O ponto alto da trama é que todos esses
conflitos, que se sucedem na base militar de Schofield, ocorrem nos dias que
antecedem o ataque japonês à Pearl Harbor. Filmado no Havaí em aproximadamente
quarenta dias, A Um Passo da Eternidade custou a Columbia Pictures US$ 2
milhões, faturou US$ 18 milhões só nos Estados Unidos e se tornou a 10º maior
bilheteria de toda a década de 50. Vencedor de oito Oscar; filme, diretor, ator
coadjuvante (Sinatra), atriz coadjuvante (Reed), roteiro, fotografia, som e montagem,
a película de Zinnemann, assim como o livro de Jones (incluído segundo a Library Modern Board entre os 100
melhores romances americanos do século XX), nasceu para ser premiado.
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A aproximação de Warden e Karen Holmes |
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E a consumação de um amor proibido |
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Prewitt e Lorene |
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Warden interferindo na discussão de Maggio e Judson |
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Prewitt e Warden refugiam-se dos problemas bebendo |
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A fuga de Maggio |
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E a homenagem de Prewitt |
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Lorene Socorre Prewitt após o mesmo vingar Maggio |
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Kerr e Lancaster como Karen Holmes e Milton Warden |
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Deborah Kerr em foto publicitária |
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Frank Sinatra e Dona Reed, os vencedores do Oscar de coadjuvante de 1953 |
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Cartaz original do filme |
Acabei de rever esta fita pela, no minimo, vigésima quinta vez.
ResponderExcluirE a cada nova visita que faço a esta sexagenária obra observo que ela fica melhor que da visita anterior feita à mesma.
O Zinneman fez um filme para ser, de fato, tudo o que ela e; um filme denso, delicioso, forte, bem interpretado, bem dirigido e merecedor de todos os premios conquistados.
Não sei porque nos caracteres da tradução das falas eles mudam sempre o nome de Borgnine.
Eu o conhecia sempre pelo apelido de Barriga, enquanto, nas mais recentes versões para a TV eles o tratam de Judson, seu real nome na fita.
Entretanto, isto em nada tira o brilho desta magnifica pelicula, onde o rosto limpo, belo, iluminado e cheio de talento da Donna Reed, nos inteiram cada vez mais que esta era dona de um das mais lindas faces do cinema. Uma verdadeira diva cheia de vigor e beleza.
Todos os demais papeis estão enquadrados dentro de um patamar acima de elevado e todos bem caracterizados, com a Kerr mostrando que não sabe apenas fazer papéis de freiras ou de mocinhas bem comportadas.
O trio central, com Lancaster, Sinatra e o Cliff, indicam aqui porque tiveram seus nomes no topo da cadeia de grandes astros do cinema.
Uma pelicula construidad para a Eternidade.
jurandir_lima@bol.com.br
Ótimo texto! Tenho esse DVD aqui faz um bom tempo, mas ainda não assisti. Seu texto me renovou a vontade de conhecer esse clássico. Abração!
ResponderExcluirUm filme excelente, entre os melhores filmes de guerra, embora o conflito bélico comece quando a ação termina. Todo o elenco está afinadíssimo.
ResponderExcluirAbraços!
Antes de eu assistir o filme pela primeira vez, eu havia visto ela inúmeras vezes, mas em sátiras de outros filmes ou de desenhos animados.
ResponderExcluirUm grande clássico do cinema. Imperdível para qualquer cinéfilo!
ResponderExcluirÉ um filmaço com um elenco sensacional.
ResponderExcluirPena que o grande diretor Fred Zinnemann seja pouco lembrado atualmente.
Sobre a história de Sinatra com a Máfia, existe uma lenda em que ele teria agredido o escrito Mario Puzo após o lançamento de "O Poderoso Chefão".
Abraço
Olá, Jefferson - Bela lembrança de um grande filme. E que elenco! Além dos atores que você citou, Ernest Borgnine como Fatso mostrou que não era apenas um coadjuvante, mas um ator brilhante. Lancaster logo o chamou para interpretar o açougueiro Marty que na televisão tinha sido interpretado por Rod Steiger. Participam de A um Passo da Eternidade também os bandidões de tantos faroestes Claude Akins e Robert J. Wilke. E Mickey Shaughnessy e Jack Warden. Repetindo: que elenco! Montgomery Clift fazendo o toque de silêncio é um dos grandes momentos do cinema. Um abraço do Darci Fonseca.
ResponderExcluirEsse filme foi uma das minha decepções cinéfilas. Espereva bem mais dele. Achei a trama comum, corriqueira mesmo e acredito que só foi tão premiado porque a ferida ainda estava aberta para os americanos. Nas atuações, destaco apenas Clift e Borgnine, que merecia até mais que Sinatra o prêmio de coadjuvante.DE qualquer forma, a cena de Lancaster e Kerr na praia é mesmo marcante. Abraço!
ResponderExcluirClássico inesquecível. Que elenco! Sou fã da Deborah Kerr e do Sinatra. Como explicar, o fato de uma cena ser tão famosa mesmo depois de anos? Alguns filmes, por mais que o tempo passe, continuam vivos em nossas memórias; A Um Passo da Eternidade é um deles.
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