segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

"A Um Passo da Eternidade" (1953)

(From Here To Eternity) De: Fred Zinnemann, Com: Montgomey Clift, Burt Lancaster, Deborah Kerr, Frank Sinatra, Dona Reed, Ernest Borgnine, Philip Ober, EUA - P&B - Drama - Columbia - 1953.

Publicado em 1951, From Here to Eternity foi o primeiro romance do autor americano James Jones (1921-1977). O livro, que aborda diversos conflitos nos dias que antecedem o ataque japonês a base de Pearl Harbor, apesar de trazer personagens fictícios, foi baseado nas lembranças do próprio autor, que serviu na companhia E (companhia do Boxe) da divisão havaiana de Schofield. Vencedor do National Book Award de 1952, From Here to Eternity tornou-se sem dúvidas a obra prima de James Jones, que ainda traz em sua bibliografia outros dois romances baseados em suas experiências bélicas; The Thin Red Line (Além da Linha Vermelha) de 1962 e Whistle (não lançado no Brasil) publicado postumamente em 1978. O sucesso do livro From Here to Eternity foi tanto, que o presidente da Columbia Pictures, Harry Cohn (1891-1958), decidiu pagar por seus direitos a quantia de US$ 87 mil para levá-lo as telas. Daniel Taradash (1913-2003) o então roteirista contratado do estúdio, foi o responsável pela difícil adaptação do romance que, até então, era considerado impossível de ser filmado graças ao moralista código Hays.


O cabo rebaixado a soldado Robert E. Lee Prewitt  chega a base Schofield

Meados de 1953, com o roteiro finalizado, o produtor Buddy Adler (1909-1960) convida o diretor Fred Zinnemann (1907-1997), recém saído do premiado faroeste Matar ou Morrer (High Noon, 1952) para dirigir o longa A Um Passo da Eternidade cujo elenco já estava pré-definido pelo estúdio. Aldo Rey ou John Derek interpretariam o recruta Prewitt, Edmond O´Brien o sargento Warden, Joan Crawford; Karen Holmes e Eli Wallach; Maggio. No entanto, quanto ao personagem de Prewitt, Zinnemann, assim que passou a fazer parte do projeto, exigiu a contratação de Montgomery Clift, ator que ele havia revelado no filme Perdidos na Tormenta (The Search) em 1948. O´Brien acabou perdendo o papel de Warden para Burt Lancaster, e Crawford (por não ter aprovado os figurinos criados por Jean Louis) para Deborah Kerr.  Em 1972 o filme O Poderoso Chefão (The Godfather) traz uma seqüência em que um ator decadente implora a “ajuda” de Dom Corleone para estrelar um filme na certeza que esse salvaria sua carreira em declínio. Segundo consta, esse episódio de fato aconteceu, não obviamente da mesma forma que foi apresentado no filme de Copolla, porém aconteceu. O ator referido seria Frank Sinatra que em 1953 encontrava-se em baixa no cenário Hollywoodiano. Eli Wallach “repentinamente” desistiu do papel de Maggio e seguiu para New York para estrelar na Broadway a peça de Tennessee Willians (1911-1983) Camino Real, sob a direção de Elia Kazan.  Nesse momento, Sinatra, mesmo sem nunca ter sido cogitado e contra a vontade de Cohn acabou ficando com o papel de Ângelo Maggio, recebendo por seu desempenho apenas US$ 8 mil, incomparáveis com os US$ 120 mil de Lancaster e os US$ 150 mil de Clift.  Independente do cachê e da veracidade dos fatos envolvendo a máfia, não é preciso dizer que A Um Passo da Eternidade salvou a carreira de Sinatra e ainda lhe proporcionou o Oscar de melhor ator coadjuvante daquele ano. 


Prewitt demonstrando que é um excelente cornetista

A Um Passo da Eternidade nos traz as histórias paralelas de Robert E. Lee Prewitt (Clift) um soldado e excelente ex-lutador de Box que sofre todos os tipos de represálias dos seus superiores por se negar a continuar lutando, do sargento Milton Warden (Lancaster) que apesar de ser o braço direito do capitão Holmes (Ober) mantém um tórrido caso de amor com sua esposa Karen Holmes (Kerr) e de Ângelo Maggio (Sinatra) um marrento de bom coração que graças a suas constantes bebedeiras encontra sérios problemas com o agressivo sargento James Judson (Borgnine). O ponto alto da trama é que todos esses conflitos, que se sucedem na base militar de Schofield, ocorrem nos dias que antecedem o ataque japonês à Pearl Harbor. Filmado no Havaí em aproximadamente quarenta dias, A Um Passo da Eternidade custou a Columbia Pictures US$ 2 milhões, faturou US$ 18 milhões só nos Estados Unidos e se tornou a 10º maior bilheteria de toda a década de 50. Vencedor de oito Oscar; filme, diretor, ator coadjuvante (Sinatra), atriz coadjuvante (Reed), roteiro, fotografia, som e montagem, a película de Zinnemann, assim como o livro de Jones (incluído segundo a Library Modern Board entre os 100 melhores romances americanos do século XX), nasceu para ser premiado. 

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A aproximação de Warden e Karen Holmes
E a consumação de um amor proibido
Prewitt e Lorene
Warden interferindo na discussão de Maggio e Judson
Prewitt e Warden refugiam-se dos problemas bebendo
A fuga de Maggio
E a homenagem de Prewitt
Lorene Socorre Prewitt após o mesmo vingar Maggio
Kerr e Lancaster como Karen Holmes e Milton Warden
Deborah Kerr em foto publicitária
Frank Sinatra e Dona Reed, os vencedores do Oscar de coadjuvante de 1953
Cartaz original do filme
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