A pedido do amigo e editor do ótimo blog WESTERCINEMANIA, Darci Fonseca, elaborei uma lista com meus dez faroestes preferidos para que o mesmo publicasse em sua página. Para a minha alegria, nessa última semana o meu Top-Ten foi muito bem postado por ele, como vocês podem conferir clicando no link a seguir: "Top-Ten Western". Diante disso, gostaria de agradecer imensamente ao nobre Darci pela oportunidade que me concedeu, uma vez que, para mim, foi mais que uma honra ter uma lista particular publicada em seu blog que é referência do gênero western no Brasil. Aos leitores do Westercinemania, que acessaram e comentaram o Top-Ten, também deixo os meus sinceros agradecimentos!
Capa muito bem elaborada por Darci Fonseca em seu ótimo "Westercinemania" |
Confiram agora, também no "O Cinema Antigo", a seleção dos meus dez faroestes preferidos!
Elaborar uma listagem, selecionando nossos filmes, músicas ou livros preferidos, apesar de parecer uma tarefa simples e prazerosa é muito mais difícil e complexa do que podemos imaginar. O trabalho, que se torna ainda mais árduo graças às indecisões causadas pela limitação do número de escolhidos, quase sempre gera injustiças, no entanto, se faz necessário que realmente somente os melhores se destaquem, dessa forma, apresento meu TOP – TEN, a lista dos meus dez faroestes preferidos;
10- UMA CIDADE QUE SURGE (Dodge City) De Michael Curtiz, com Errol Flynn, Olivia DeHavilland e Alan Hale, 1939, Primeiro faroeste estrelado pelo astro da Warner Bros. Errol Flynn, Uma Cidade que Surge é um grande filme! Foi o primeiro a reunir todos os clichês existentes em um bom western como os bons mocinhos e os malvados vilões, os típicos saloons com suas dançarinas de can-can, diligências, perseguições e muito bang-bang! Dirigido com maestria por Michael Curtiz o filme permanece entre os grandes clássicos do cinema e é o meu 10º colocado do gênero.
09- ONDE COMEÇA O INFERNO (Rio Bravo) De Howard Hawks, com John Wayne, Dean Martin e Walter Brennan, 1959, Resposta direta de Hawks e Wayne à obra prima (considerada por eles de apelo macartista) Matar ou Morrer de Fred Zinnemann, Onde Começa o Inferno conta a história de John T. Chance, um xerife que ao dispensar a ajuda de vários amigos, conta apenas com o auxilio de um beberrão e de um velhote para enfrentar o temido rancheiro Nathan e seus diversos capangas. Anos mais tarde, Hawks filmaria novamente outros faroestes que podem ser considerados seqüência desse, como El Dorado (1967) e Rio Lobo (1970), no entanto, apesar de serem bons filmes, sequer podem ser comparados com esse que é considerado por muitos, um dos maiores faroestes de todos os tempos e o meu 9º preferido.
08- ERA UMA VEZ NO OESTE (Once Upon a Time in the West) De Sérgio Leone, com Charles Bronson, Henry Fonda e Claudia Cardinale, 1968, O primeiro da trilogia “Era Uma Vez...” de Leone, esse filme que é um marco em vários sentidos, pode-se dizer é um dos maiores e melhores western spaguetti já realizados. Henry Fonda, que até então estava imortalizado no cinema sob o estereótipo do bom moço, aqui vive Frank, um dos mais ardilosos vilões que o faroeste já teve. Charles Bronson, em toda sua carreira, jamais conseguiu se superar e seu personagem, misterioso e enigmático com sua gaita “quase irritante” é sem dúvidas o ponto máximo desse grande sucesso que coloco em 8º lugar no meu ranking.
07- RIO VERMELHO (Red River) De Howard Hawks, com John Wayne, Montgomery Clift e Walter Brennan, 1948, Howard Hawks, em quase cinqüenta anos de carreira, foi responsável por grandes sucessos em praticamente todos os gêneros que dirigiu, dos dramas aos musicais, do noir aos faroestes, o legado do diretor americano se tornou incontestável. Rio Vermelho, que é um de seus primeiros faroestes, conta a empolgante história da primeira condução de gado pela chamada trilha de Chisholm, do sul do Texas ao Kansas em meados do século XIX. A bela fotografia e as performances do astro John Wayne, do novato Clift e do veterano Brennan fazem desse clássico um filme inesquecível e o meu 7º preferido.
06- O INTRÉPIDO GENERAL CUSTER (They Died With Their Boots On) De Raoul Walsh, com Errol Flynn, Olivia DeHavilland, Charley Grapewin, Anthony Quinn, 1941, A história do General americano George Armstrong Custer, apesar de não ser contada com veracidade, é retratada minuciosamente nessa superprodução de Raoul Walsh. O filme, que pode ser dividido em duas partes (Guerra e Western), aborda a vida do general a partir de seu ingresso na academia militar de West Point; Enfatiza suas glórias na Guerra de Secessão e finalmente o exalta como herói da fronteira, onde se imortalizou na sangrenta batalha de Little Big Horn. Errol Flynn, que esta mais do que a vontade, interpreta com maestria o intrépido General, da mesma forma DeHavilland, que como esposa de Custer convence-nos através de uma interpretação tocante e comovente. Os coadjuvantes, Anthony Quinn, como o líder indígena cavalo louco e Charley Grapewin, como o marrento Califórnia Joe, em diversas seqüências roubam a cena, ajudando a imortalizar ainda mais esse grande filme que ocupa a 6º posição de minha lista.
05- DANÇA COM LOBOS (Dances With Wolves) De Kevin Costner, com Kevin Costner, Mary McDonnell e Rodney A. Grant, 1990, Apesar de algumas pessoas considerarem Dança com Lobos um filme de aventura e drama, eu particularmente o vejo como um faroeste. Obviamente que nele não temos maléficos vilões empoeirados, lindas garotas dançando can-can e índios assassinos; Na verdade, esse vencedor de sete Oscar nos apresenta os índios de uma forma completamente diferente do que estávamos acostumados a ver desde os primórdios do cinema. Kevin Costner, que aqui estréia na direção, interpreta magistralmente John Dunbar, um oficial da cavalaria americana que após se destacar na guerra de secessão, escolhe a fronteira para ser seu novo posto. Ali, completamente isolado da civilização, Dunbar estabelece paulatinamente uma rica amizade com um lobo solitário, que ele intitula de “duas meias” e mais tarde com toda uma comunidade de índios Sioux. Banhado por uma trilha sonora marcante e uma fotografia inesquecível, Dança com Lobos é, sem dúvidas, um dos melhores filmes dos anos 90 e o meu 5º faroeste preferido.
04- O HOMEM QUE MATOU O FACÍNORA (The Man Who Shot Liberty Valence) De John Ford, com John Wayne, James Stewart, Vera Miles e Lee Marvin, 1962, Quando o senador Ransom Stoddard chega acompanhado da esposa Hallie a um lúgubre funeral na pequena cidade de Shinbone, no oeste americano, suas reminiscências são trazidas a tona através de uma longa entrevista concedida a um curioso jornalista local. Sem dúvidas, um dos melhores (e últimos) filmes de John Ford. John Wayne e James Stewart demasiadamente brilham, da mesma forma Lee Marvin, como um dos mais desprezíveis vilões que o velho oeste já viu. Comovente e arrebatador, O Homem que Matou o Facínora é irrefutavelmente um dos melhores faroestes de todos os tempos e o meu 4º favorito do gênero.
03- MATAR OU MORRER (High Noon) De Fred Zinnemann, com Gary Cooper, Grace Kelly, Katy Jurado, Thomas Mitchell e Lloyd Bridges, 1952, É domingo de manhã em Hadleyville, o ex-xerife Will Kane acaba de se casar com Amy e se prepara para sair em lua de mel quando chega até ele um telegrama anunciando que Frank Miller, um bandido que ele condenou anos atrás, esta chegando no trem do meio dia para vingar-se. Aconselhado pelos amigos a fugir da cidade, Kane resiste à ameaça e sai em busca de companhia para enfrentar o temido assassino e seus comparsas, mas para sua decepção, não encontra ninguém capaz de ajudá-lo. Toda a ação do filme é em torno dessa tensão, da busca de Kane por ajuda. Lançado no auge da fase de “Caça as Bruxas”, alguns o consideravam uma verdadeira alegoria ao macarthismo. A declaração mais evidente dessa opinião foi dada por John Wayne em 1971 quando ele disse em uma entrevista que o filme era “a coisa mais antiamericana que ele já tinha visto”. Tendo esses ideais ou não, Matar ou Morrer imortalizou-se como grande clássico do cinema, venceu quatro Oscar; melhor ator (Gary Cooper), melhor montagem, melhor canção original (Do Not Forsake On My Darling) de Tex Ritter e melhor trilha sonora (Dimitri Tiomkim). Indispensável, não me canso de ver e rever esse ótimo faroeste que ocupa a 3º posição dos meus preferidos.
02- OS BRUTOS TAMBÉM AMAM (Shane) De George Stevens, com Alan Ladd, Jean Arthur, Van Heflin, Brandon DeWilde, 1953, Shane é um cavaleiro errante que encontra abrigo no rancho de Joe Starrett, um colono que vive junto com a esposa Marian e o pequeno filho Joey em uma fazenda no Wyoming. A região, que antes servia somente para a criação de gado, é agora terrivelmente disputada entre os colonos e os poderosos boiadeiros que não os aceitam ali. No entanto, após a chegada de Shane, que traz consigo vestígios de um passado duvidoso, os colonos organizam-se e decidem enfrentar, frente a frente seus inimigos, principalmente o temido pistoleiro Jack Wilson, que a mando do líder dos boiadeiros, Ryker, chega ao vale com a missão de exterminar Starrett e todos os outros colonos “rebeldes”. Indiscutivelmente um dos melhores faroestes do cinema, clássico e comovente o filme não envelheceu e continua até os dias atuais encantando todos os públicos. Repetindo as sábias palavras de um crítico; Os Brutos Também Amam é apenas um faroeste, assim como Romeu e Julieta é apenas uma história de amor. Enfim, não é preciso dizer mais nada, com exceção, que é ele há muitos anos, meu 2º faroeste preferido.
01- RASTROS DE ÓDIO (The Searchers) De John Ford, com John Wayne, Jeffrey Hunter, Vera Miles, Natalie Wood e Ward Bond, 1956, Obra - prima atemporal de John Ford, Rastros de Ódio conta a magnífica história de Ethan Edwards, um veterano confederado da guerra de secessão que, após ter a família assassinada pelos selvagens Comanches, segue ao lado do “meio sobrinho” Martin Pawley em busca de Lucy e Debbie, as únicas sobreviventes do massacre. Filmado no cenário preferido do mestre do faroeste, o Monument Valley, no estado americano de Utah, esse clássico, apesar de não ter sido bem recebido em seu lançamento, com o passar dos anos se tornou o maior western de todos os tempos. Com legião de fãs em todo o mundo, Rastros de Ódio apresenta a combinação de todos os ingredientes necessários para um excelente filme do gênero, ou seja, aventura, drama, romance, humor e ação, muita ação no melhor estilo Ford. John Wayne, sem dúvidas tem o melhor desempenho de sua longa carreira, assim como Jeffrey Hunter, que alcançou sua quintessência através de Martin Pawley mesmo tendo interpretado Jesus Cristo cinco anos mais tarde em O Rei dos Reis de Nicholas Ray. A magnífica trilha sonora do mestre Max Steiner e a exímia fotografia de Winton C. Hoch em VistaVision tornam Rastros de Ódio ainda maior. Indispensável e obrigatório em qualquer coleção, The Searchers é sem dúvidas, desde a minha adolescência quando o vi pela primeira vez em VHS, o meu faroeste preferido.