sábado, 7 de janeiro de 2012

"Os Melhores Anos de Nossas Vidas" (1946)

(The Best Years Of Our Lives) De William Wyler, Com Fredric March, Myrna Loy, Dana Andrews, Teresa  Wright, Harold Russell, Virginia Mayo, Gladys George, Cathy O´Donnell, Hoagy Carmichael. EUA - Drama - P&B - Samuel Goldwyn - 1946.

Quando um filme alcança grande sucesso entre o público, é bem recebido pelas criticas e vence diversas categorias do Oscar, pode-se concluir que esse tem grandes chances de se tornar uma obra prima. De fato é certo afirmar que alguns desses filmes são, na maioria das vezes, originais, inovadores e com temas nunca antes abordados. Os filmes bélicos sempre existiram e sempre renderam muito lucro a todos os seus realizadores, desde os primórdios do cinema o público já estava habituado a assistir filmes sobre a guerra da secessão, das duas grandes guerras mundiais e mais tarde se acostumariam também com os filmes sobre a guerra da Coréia, do Vietnã e etc. A Segunda guerra mundial havia acabado há apenas um ano, e era esse portanto, o momento certo para lançar Os Melhores Anos de Nossas Vidas que se tornou o primeiro grande filme a abordar as dificuldades dos soldados na readaptação a vida civil após retornarem da guerra. O que era para ser um momento de alegria e felicidade, para muitos se tornaram momentos difíceis e duros de suportar. 


Fred, Al e Homer se conhecem quando voltam para a casa

Milhares de americanos por todo o país se identificaram com o sargento de infantaria Al (March), o capitão da aviação Fred (Andrews) e o soldado da marinha Homer (Russell) que na trama se conhecem em um avião de volta para casa logo após o termino dos conflitos na Europa. Os três marcados por suas experiências se sentem inseguros ante o que os espera em seus lares. Al reencontra os filhos já adultos e percebe que não se adapta mais em seu trabalho, acaba refugiando-se nas bebidas, Fred se decepciona com sua esposa Marie (Mayo) que passou a trabalhar em um night club e acaba se relacionando com a filha de Al, Peggy (Wright), Homer que perdera as duas mãos em um ataque recusa a ajuda da família e torna-se áspero com a namorada Wilma (O´Donnell) acreditando que seus sentimentos para com ele são de compaixão ao invés de amor. 

 E temem o retorno a vossas antigas vidas

Os mais de 170 minutos do filme é precisamente com base nesse contexto, mostrar as dificuldades de adaptabilidade perante a atual sociedade. Samuel Goldwyn foi feliz em seu anuncio, pois Os Melhores Anos de Nossas Vidas alcançou sucesso absoluto junto ao público e crítica de todo o mundo além de vencer sete categorias do Oscar: melhor filme, diretor, roteiro adaptado (Robert Sherwood) ator (Fredric March) Ator Coadjuvante (Harold Russell que na verdade nem era ator e sim um verdadeiro combatente e que realmente perdera as duas mãos em ação durante a segunda guerra), trilha sonora, e melhor edição. O filme tornou-se uma obra prima e ao longo dos anos vem sendo copiado de diversas formas. Os Melhores Anos de Nossas Vidas assim como qualquer outra obra prima, tem todo seu reconhecimento por ter sido o primeiro, o original e acima de tudo um dos melhores filmes bélicos já realizados pela indústria americana, simplesmente imperdível e obrigatório em qualquer coleção.

✩✩✩✩


As lembranças da guerra fazem com que Fred sofra terríveis pesadelos
Homer de volta ao lar mostra pela primeira vez suas sequelas 
Al é recebido pela esposa e pelos já crescidos filhos
O Café do Butch se torna ponto de encontro dos amigos
Fred se desaponta com as atitudes de sua esposa Marie
E encontra o verdadeiro amor ao lado de Peggy
Homer decide mostrar a namorada Wilma seus "problemas"
Virginia Mayo tem ótimo desempenho como a irresponsável Marie 
O veterano da segunda guerra e vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante Harold Russell
Cartaz original do filme

8 comentários :

  1. Sempre tive curiosidade para ver este filme, mas ainda não tive a oportunidade.
    Harold Russel, além de ganhar como Ator Coadjuvante, também recebeu um Oscar Honorário por dar esperança aos mutilados na guerra. Foi a única vez que isso aconteceu.
    Abraços!

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  2. William Wyler foi um Mestre, Jefferson. Este filme na época de seu lançamento era um tema atual, que Wyler soube conduzir com muita inteligência, e muito embora nos dias de hoje se fuja do tema, as dificuldades de recomeço ainda são bem atuais. É um filme que tem como ponto de partida uma profunda reflexão.

    Parabéns pela matéria, Jefferson, este é um filme que precisa ser visto e revisto sempre por nós amates do cinema. Boa semana!

    Paulo Néry
    Filmes Antigos Club Artigos
    http://www.articlesfilmesantigosclub.blogspot.com/

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  3. O Loko Dan, desse jeito até eu vou reler meu texto.... Abração

    Lê e Paulo, vcs são de casa e cada palavra q escrevem em seus comentários só somam com o texto..... abração

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  4. Boa tarde Jefferson!
    Parabéns pelo excelente texto, ainda não o assisti, pra falar verdade já tinha um bom tempo que eu não ouvia ou lia nada sobre ele, foi você ter me lembrado vou colocá-lo na minha lista para estas férias... Forte abraço amigo!

    http://sublimeirrealidade.blogspot.com/2012/01/contagio.html

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  5. Pois é Bruno, Filmes como esse, NUNCA podem se tornar esquecidos,mas infelizmente com o tempo é certo que muita coisa boa vai sendo levado com o vento... Mas assista, filmão....

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  6. Wyler é um dos meus diretores favoritos e admiro incondicionalmente Fredric March, mas esse filme não me empolga (assim como ROSA DA ESPERANÇA)... Preciso revê-lo. Quem sabe...

    O Falcão Maltês

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  7. Esse eu ainda não vi, mas vai entrar para a minha lista de prioridades. Wyler foi um grande diretor, talvez não tão valorizado como deveria devido à teorias da Nouvelle Vague. Abraço!

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  8. Eu simplesmente AMO ESTE FILME, tenho até em fita de vídeo, mas como não existe mais video cassete nunca mais pude ver, o que lamento muito, pois adoro este filme. Parabéns por amar o cinema antigo, pois eu também amo.

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